Trio figos
Na década de 1980 foi lançado um LP com cantigas nordestinas, recuperadas por Esther Pedreira de Cerqueira e narradas por Elba Ramalho. Uma das cantigas contava a história de uma menina que foi castigada por sua madrasta por conta de uma figueira e seus frutos. Essa faixa era a que me dava mais medo, mas também a uma das minhas preferidas, pela beleza do canto, que fala sobre morte e vida.
Desde de pequena, quando vejo figos, me lembro dessa cantiga. Até que em 2022 vi a Carol Burgo contar sobre o processo criativo da sua estampa de figos. Ela explica que o figo é uma flor invertida e quando a abelha vai polinizar a flor do figo, ela morre e é absorvida pela fruta. Lindamente ela compara esse processo à maternidade. Mais uma vez, morte e vida se encontram.
Fora a beleza desses pratos pintados à mão, quando os vi, essas duas memórias vieram à tona.
Estão em excelente estado; o maior tem 2 bicados na parte de baixo (ver últimas fotos).
Medidas: maior > 31 cm; médio > 27 cm e menor > 24 cm de diâmetro.
